A banda desenhada “O Aquário” é composta por duas pranchas e não segue a tradicional e marcada divisão dessas mesmas pranchas em tiras e vinhetas embora essas divisões surjam através da composição dos elementos visuais que compõe a banda desenhada.
Esta BD é de interpretação polissémica e o seu significado irá depender muito de quem faz a leitura, pois cada um de nós possui um conjunto variado de experiências e vivências. Em última análise e descascando a narrativa, temos uma prenda – um aquário – oferecido ao personagem principal, este aquário pode representar uma qualquer prenda (material ou imaterial) e tem características próprias, o peixe no aquário pode representar falta de liberdade.
O personagem principal afeiçoa-se ao aquário e ao peixe e inicia-se uma espécie de simbiose entre ambos que termina com a ingestão do peixe. O peixe não é comido, mas sim engolido inteiro, tal como Cronos engoliu os seus filhos e como mais tarde Zeus engoliu a sua primeira mulher. O peixe passará a fazer parte integrante do personagem principal e não um elemento externo a ele.