A técnica do scrimshaw, anteriormente desenvolvida por baleeiros, muitos deles Açorianos que nos seus pequenos botes baleeiros, na mistura do medo e ânsia pela espera do emergir do cachalote, gravavam o marfim com as pontas de suas facas, onde desenhavam a imagem de uma vida dedicada ao mar, uma vida a tentar sobreviver e ganhar o quase insuficiente para alimentar as suas numerosas famílias.
O scrimshaw, posteriormente foi desenvolvido pelos artesãos e agora tento recriar esta técnica no campo das artes plásticas.
Durante 2011 estive a aprender o tradicional scrimshaw açoriano com o scrimshander João Baptista (Sete Cidades). E após desenvolver scrimshaw em alguns dentes de cachalote, por uma opção ecologista e defensora da vida selvagem, transportei esta técnica para a tela e recriei o scrimshaw, através da junção de gesso e da utilização das técnicas tradicionais, desde a gravação até á utilização da tinta da china. As tintas ao serem executadas na tela em posição vertical escorrem, dando assim ao scrimshaw, dentro das artes plásticas, uma conotação e padrões muito próprios. Esta é a minha forma de manter esta técnica artesanal sobrevivente.
É um longo e meticuloso processo e cada obra pode demorar mais de um mês a ser executada.