Este projeto vem no seguimento de outras pinturas que tenho vindo a realizar, todas elas giram à volta do mesmo tema: o meio natural dos Açores.
Como o titulo do projeto indica, Águas Férreas, esta é uma pintura que se destina a criar uma aproximação pictórica e conceptual daquilo que é para nós, enquanto açorianos, uma paisagem banal.
Quando tive a oportunidade de realmente olhar para esta ribeira, situada nas Caldeiras no Vale das Furnas, encontrei-me absolutamente encantada com a quantidade de texturas, tonalidades, cor e ritmos. Texturas pictóricas capazes de criar ritmo e dinamismo por si só.
Formas orgânicas, cores terra, são características a que recorre este projeto de pintura. Estas, visualmente, criam um limbo entre abstração e figurativo, entre o palpável e o não palpável, gosto de pensar que é uma pintura de fronteiras. A abstração pode acontecer através da forma com que cada indivíduo interpreta a pintura, pois ela não tem certezas e limitações. É um misto de planos e cores que se unificam uns com os outros, que criam uma paisagem ambígua e livre. É a cor que desenha e cria. São as cores e a harmonia entre estas, da paisagem natural que trago comigo para a pintura.