PROJETO


Casa Dourada

Memória Descritiva
Este trabalho inicou-se com o encontro com cada um dos objectos que serviram de base à composição final. “Perdi-me de amores” de cada uma das vezes e de cada vez tentei regressar a casa. Descobri-os longe da sua origem, perdidos em ruas, feiras, sucatas e terrenos áridos. Faziam parte de uma natureza híbrida, à procura de identificação. É esta paisagem que me povoa: madeiras com bicho carpinteiro, molduras de latão com americanos dentro, colheres de prata, gavetas com homens pequeninos, tecidos macios e tecidos a ferir a pele, facas e navalhas, beijinhos de chocolate, mesas com cabeças de porco sorridentes, palavras ocas e consoantes mudas, pássaros a fingir. Mãos que tocam com o mindinho. A estranheza é minha, possuo-a. Tenho olhos grandes como faróis e vejo. Adormeço e cego. Trago todas as imagens em mim e concebo um nome.