JURÍ

Daniel Oliveira

Nasceu nos Estados Unidos da América em 1975. Licenciado em Artes Plásticas – Escultura (Faculdade de Belas Artes de Lisboa, 2000); Pós-Graduação em Gestão Cultural nas Cidades (I.N.D.E.G./I.S.C.T.E., 2003). A sua produção artística tem vindo a ser desenvolvida de forma coesa e pessoal. Expondo desde a década de 90, tem participado em diversas exposições, dando a conhecer obras em diversos materiais e linguagens (ferro, vidro, madeira) onde a natureza abstracta e simbólica tomam forma, abordando áreas como a ciência, a alquimia ou a dimensão espiritual da obra de arte.

O predomínio de formas geométricas como pressuposto estruturante, criam um forte dialogo entre a sua obra e o espaço, fugindo à monumentalidade e aproximando-se da instalação. Como se pode verificar no projecto da exposição “Opus Magnum”, na galeria franco steggink, Lagoa em 2002, caracterizando-se pela “linguagem abstracta e geométrica, contendo múltiplas referências a objectos primordiais do nosso imaginário, a determinadas formas e fórmulas puras que concebemos e que muito raramente encontramos. Uma espécie de orgânico quase impossível, mas que é esculturalmente realizável” (Eduardo Duarte, 2002). Bem como na exposição “Esculturas em 2009 na Academia das Artes dos Açores.

“Emblemas” na galeria Abraço em Lisboa 2003, é apresentada uma série de esculturas mais intimistas, “onde entramos num mundo com objectos que são retirados não só do quotidiano, como também nos aparecem roubados à infância e ao mundo dos sonhos, como se fosse possível alguém entrar no nosso mais profundo ser e levar o que de mais precioso temos, construindo assim uma espécie de museu pessoal que poderia ser, no limite, o museu da humanidade”. (Marta Guerreiro, 2003)

A arte, como a religião e a filosofia, procura respostas, mas muitas vezes, o que acaba por encontrar são caminhos, fusões, espelhos. Uma tentativa de resposta ao que é a escultura, foi levada a cabo na exposição “Passagens” (Palácio dos Arcebispos, Loures, 2004). Evidenciando a relação simbólica da forma com o espaço e o contexto social, recorrendo, para tal, aos sólidos platónicos. Ainda que concebidas de forma autónoma, estas esculturas funcionam como um conjunto quer pela sua presença como pela sua lógica de ocupação dos espaços. Saindo da galeria, estas passaram a fazer parte do dia-a-dia de uma comunidade desabituada ao contacto com a obra de arte, interagindo e interrogando-a.

Com um percurso formal afastando-se do experimentalismo das vanguardas artísticas. A sua obra insere-se numa lógica de descoberta pessoal, onde os processos criativos e reflexivos serão chave determinante para a formalização do objecto escultórico.