Numa pequena rua sem fim, no interior da ilha de São Miguel, onde os poucos edifícios circundantes pertencem a uma mesma família há 3 gerações, uma antiga cavalariça será convertida em duas casas de campo destinadas à prática de turismo rural. Entre os muros de basalto, as laranjeiras, os animais da quinta e o cheiro a lenha que chega da chaminé do vizinho, as futuras casas servirão de refúgio aos que procuram os Açores pela sua natureza, gentes e costumes.
O papel da arquitectura neste contexto é o de conservar o carácter da edificação, mantê-lo enquadrado no meio rural, ao mesmo tempo que se adequam os espaços às novas necessidades e exigências da nova tipologia, sem que se comprometa a sua traça original. O recurso aos materiais e técnicas construtivas locais são uma escolha essencial de modo a manter uma relação de simbiose com o lugar. Ao basalto e à madeira junta-se o betão que em conjunto criam ambientes internos acolhedores, confortáveis e contemporâneos.
Pequenos detalhes da nova volumetria, como a escada de acesso ao terraço da casa grande ou a nova chaminé, assumem-se como referências à arquitectura popular açoriana.