Propõe-se para o Bairro Padre Cruz em Lisboa, um equipamento escolar a ser frequentado pelos habitantes do bairro e com um programa de instrução na área da sustentabilidade, formando as pessoas no sentido de se tornarem aptos a fabricarem os seus próprios mecanismos para a captação e utilização de energias renováveis, e para que possam mesmo utilizar esse conhecimento para uma possível empregabilidade na área.
Com uma àrea total construção de 12 500 m2, a escola pretende ser, não só um local de ensino, mas um exemplo comprovado de construção sustentável utilizando diversas estratégias na sua conceção, como controlo de iluminação natural e ventilação, controlo de calor e humidade no verão e no inverno, captação de energia solar, cobertura verde com recolha de àguas pluviais para reaproveitamento e utilização de materiais locais e ecológicos como a cortiça.
O projecto tem como conceito a mão humana. Dos três dedos da mão que compõem o edifício, o indicador, que é o dedo que aponta e que auxilia na leitura, representa a biblioteca. Os outros dois curvados, num gesto de pegar num lápis, representam a escola, o local de trabalho. Num bloco inferior, junto a uma praça elevada, funciona um local de exposições ao público e cantina.
A sua cobertura é o espaço verde de lazer e de encontro para quem vai para o edifício e onde convergem os vários fluxos de transportes e pessoas. É a transição entre a área urbana e a área de lazer e ensino e o elo entre o equipamento e o INETI - Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Inovação – a sul, e o futuro parque periférico de Lisboa, a norte, criando uma centralidade relacionada com a educação e investigação. O seu carácter de transição é marcado pelo seu desenho, prolongando os acessos rodoviários já existentes, transformando-os em acessos pedonais e cruzando-os com os acessos ao longo da cobertura dos edifícios, envolvendo o espaço numa poética em que a transição e a passagem do parque para a escola se dá de forma gradual.
A dinâmica dos vários pisos e a abertura e contacto do público com o edifício, potenciam da pela extensão do espaço verde e através da praça onde a sua estrutura assenta como carácter de chegada e relação mais direta com o edifício, criando assim vários níveis de vivências e de carácter público/privado, permitindo também uma maior aproximação com o futuro parque periférico e um permanente contacto visual para o mesmo, dos vários níveis do edifício.