De encruzilhada em encruzilhada. Este conjunto de fotografias, com um tom cinematográfico bastante acentuado, foca-se em cenas de um assassinato - entre assassino e vítima, em que ambas as personagens são, na realidade, a mesma. São também representadas cenas dos dias de um assassino em série após mais uma morte, narrando a “banda sonora” deste indivíduo envolto em bruma, frio, arrepios, mistério e tensão. Ambientes tétricos, vazios e detalhes, que tendem a descodificar a trama, são ainda incluídos nos passos deste crime. A narrativa é desenrolada em círculo, isto é, há um aumento do mistério em volta do caso, não deixando que se consiga identificar um início ou fim. O assassino é a única cara deste caso. Já a vítima é traçada pelo perfil evidenciado pelo assassino, ao longo da narrativa, e o investigador existe, unicamente, na pele de quem visualiza as fotografias deste projeto. O projecto é apresentado em caixa de luz com vista a reforçar o espectro cinematográfico desta série fotográfica e fazer o olhar do observador convergir para a mesma.