O projecto propõe a criação de novos seres com base na transformação da matéria vegetal, bem como nas possibilidades de registo através da óptica e do organismo fotoquímico. Partes isoladas de plantas diversas são usadas como referentes para se constituir outras conjunções. Sendo primeiramente sujeitas a processos de putrefação e separação, esses fragmentos são então reorganizados em composições de formas, texturas e opacidades. Na desconstrução e reconstrução, de organismos em partes e das partes em outros organismos, assume-se como critério o interesse estrutural do material vegetal e a sua leitura formal. Submetidas a ampliações de cerca de seis a sete vezes, estas matrizes efémeras constituem o estado embrionário das creaturae. O seu nascimento ocorre pela ação da luz que atravessa os elementos vegetais, modificados e reinterpretados, e que os sensibiliza no papel de gelatina e sais de prata.Com o monocromatismo e a bidimensionalidade das imagens, onde as profundidades são colocadas num mesmo plano, pretende-se atingir clareza e objectividade na apresentação das creaturae. Creaturae que dependem da luz para serem descobertas.No nascimento destas creaturae, aos organismos vegetal e fotoquímico é ainda associada a transmutação alquímica e a sua simbologia. As quatro fases de transmutação são expressas através de quatro tonalidades - negro, branco, amarelo, vermelho - obtidas nas imagens por técnicas de impressão e processos químicos, bem como a alusão aos quatro elementos da natureza - terra, água, fogo, ar.