31 de Abril é um apelo amargurado à leitura.
É um texto que surge de um bom vício em torno dos livros e do quanto eles nos ensinam, ao mesmo tempo que é uma revolução pacífica contra tudo quanto não podemos conhecer. Este é um trabalho que nasce da sensação constante de que o conhecimento dorme num poço sem fim, poço esse que ocupa os pesadelos de todos aqueles que adoram ler. 31 de Abril é uma tentativa propositadamente falhada de demonstrar como esses pesadelos não devem impedir-nos de aprender e apreender tudo quanto estiver ao nosso alcance. Mas temos que nos convencer que, no mínimo, está ao nosso alcance querer conhecer o passado e as raízes culturais que dele falam.
Numa altura em que vivemos rodeados de cada vez menos leituras é necessário lembrar que os livros não podem deixar de ser uma das principais formas de aceder ao conhecimento, pelo menos se quisermos fazer parte uma herança cultural que só pode ser nossa quando tivermos consciência dela. Os pais devem querer que os filhos leiam, nem que seja porque hoje em dia toda a criança que lê por puro deleite é uma raridade de que eles se podem orgulhar.