Memória Descritiva
Seguindo a definição Duchampiana: “é um livro de artista se um artista o fez, ou se um artista diz que é”. O objectivo principal desta pesquisa é conciliar a ideia de pintura, com o formato de livro. Neste trabalho, o espectador estabelece uma relação de livro com a pintura, propondo, por este meio, uma alteração da ideia convencional que se tem de pintura e de livro. Neste objecto, há o limitar e o conter das manchas monocromáticas, que lhe está associado à memória da visualização do interior arquitectónico de uma cisterna, que alberga e limita a água e que permite a continuidade da vida. Um espaço, que por falta de iluminação, se torna uma espécie de buraco negro. Devido à tensão provocada pelo limite imposto, há sempre um certo transbordamento da tinta, que está contida no interior do cartão. Há uma tentativa de contenção e uma expansão do espaço interior, uma limitação que é imposta por um espaço aparentemente pré-definido.